sábado, 31 de março de 2012

INHO - NÃO



Filho, dia desses, olhando seu livro de português do 4° ano, na página 118 encontrei um texto e lembrei exatamente de você lá pelos seus 2 aninhos até uns... 5, eu acho...

Você achava que palavras escritas com inho ou inha na verdade estavam em seus diminutivos.

Então, pela sua lógica, você as falava como achava corretas. Exemplo: cozinha, você falava coza (pronunciando tuza) porque ainda trocava o T pelo C.

Uma vez eu estava no quarto e estranhei o silêncio da casa. Aí perguntei:
- Caio, onde você está?
- Na tuza, mãe.
- Onde, filho?
- Ati na tuza.
- Tuza?
- É, mãe, ati na tuzinha, oxe!!!
Detalhe, quando cheguei, você estava quase dentro da geladeira, branco da cabeça aos pés. Corri e te catei feito uma louca, pois você tremia de frio e levei pro banheiro, pra tirar aquela farinha de trigo gelada que te cobria. Oh, mas que trela! Fiquei tão maluca que nem deu tempo de registrar com fotos. Uma pena!

Outra vez, comprei uma escrivaninha para o seu quarto. Aí, quando perguntei onde estava determinado brinquedo, você respondeu: tá ali mãe, na minha escrivana.

Segue o texto que me lembrou esses fatos, de Tatiana Belinky:


Inho, não!

Andrezinho tem três anos
E já se acha bem grandão,
É por isso que não gosta
De diminutivo, então.

Não suporta que lhe digam:
"Dá a mãozinha" (em vez de mão),
Ou que mandem: "A boquinha
Abre e come, coração!"

"Inho", "inha", "ito", "ita"
São para ele humilhação,
O diminutivo o irrita
O "Andrezim" prefere um "ão"!

Chama "gala" a galinha,
Não aceita correção,
"Escrivana", a "escrivaninha",
E o vizinho é "vizão".

Chama "coza" a cozinha
O toucinho é "toução"
É "campana" a campainha -
E ele próprio é o "Dezão"...

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